quinta-feira, 10 de junho de 2010

De onde você vem?


Há muito achava que saber para onde ir, no sentido do que fazer da vida, além de ser algo muito cobrado socialmente, era uma das coisa mais importante a se perseguir. Minha geração herdou muitas possibilidades de construir caminhos nunca antes trilhados e isso foi muito bom. Dentro de certos limites, conseguimos ser muitas coisas: profissionais, mães, companheiras, etc., etc. Nunca que vó Petronilla podia imaginar que as mulheres pudessem fazer parte das coisas que fazem hoje. Vó ficava enlouquecida quando eu chupava abacaxi ou tomava suco de limão ou ainda lavava a cabeça estando menstruada! Achava também que certos aspectos da relação entre homens e mulheres "eram assim mesmo", sinônimo de que nunca mudariam. Vó foi uma mulher arretada, que criou nove filhos em um tempo de muita dificuldade. Fez um feito.
Hoje fazemos esse e outros feitos, e esses tem suas raízes nas nossas heranças familiares: no que as pessoas construíram antes de nós e que nos propiciaram a oportunidade de formatar caminhos diferentes, baseados nos velhos erros e acertos, deles e nossos.
Em suma, para onde vamos, depende, e muito, de onde viemos. Ter acesso a oportunidade de convívio saudável com as pessoas, especialmente dentro da família, pautado numa ética e moral que constroem valores como dignidade, solidariedade, respeito, entre outros, "limpa" o caminho para onde vamos.
Sei hoje que onde vou ou estou teve grande participação meu pai, mãe, vó Petronilla, tia Lurdes, tia Nevinha e outras tantas figuras que passaram pela minha vida, compondo um grande retrato de família às vezes em branco e preto e outras vezes a cores. Retrato que tenho o maior cuidado de preservar para que não desbote, deixando as pessoas não mais identificáveis.

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