Sempre que me arreto com as injustiças cotidianas da vida em nosso tipo de sociedade, como: o aumento desmensurado dos salários dos políticos, enquanto que os demais trabalhadores permanecem arroxados; pagar muito imposto e não vê-los remetidos para as políticas públicas; pagar altos preços por educação e saúde justamente porque os recursos para esses setores vão parar sabemos onde; ver a cidade degradada, suja, mal iluminada, sem conservação, etc. etc. etc., lembro daquele texto de Henry David Thoreau.
Falo da Desobediência Civil, escrito em 1848 e que influenciou profundamente pessoas como Mahatma Gandhi, Leon Tolstoi, Martin Luther King, ecologistas, anarquistas, hippies e malucos de várias gerações. Thoreau nasceu em 1817, nos Estados Unidos. Foi poeta, naturalista, ativista anti-impostos, pesquisador, historiador, filósofo e transcendentalista, enfim, um homem à frente de seu tempo. Moderno, já naquele tempo discutia questões ambientais.
Eu, como simpatizante da deambulação urbana, achei muito simpático seu texto intitulado "Andar a pé", embora Henry propusesse que isto fosse feito nos bosques e florestas. Admiro sua maneira de ver o mundo, propondo a vida com o necessário. E não era homem de retóricas, por isto foi viver no campo, em uma minúscula cabana, para ter maior contato com a natureza. Discordava do uso dos impostos para financiamento de guerras, e por isto recusou-se a pagá-los, tendo sido preso por este ato de desobediência civil.
Tenho para mim que este tipo de resistência não-violenta às ações do Estado deveria ser mais empregada. O que aconteceria se nos recusássemos a pagar, por exemplo, os impostos usualmente revertidos para financiamento de bancos privados? E os que financiam os grandes conglomerados multinacionais para que aqui se instalem, degradem o meio ambiente e paguem salários irrisórios aos trabalhadores? Chamam a isto de desenvolvimento. Será mesmo?
Com este tipo de idéia, ao contrário do que se poderia pensar, Thoreau não defende a anarquia, pois desejava algo muito contemporâneo: “Desejo imediatamente é um governo melhor, e não o fim do governo.”
Sua crítica é remetida àqueles que obedecem o governo sem pensar, sem questionar se as ações dos governantes são certas.
Assim, ressuscitaria Henry para que ele, caminhando pelas ruas da cidade - já que não temos bosques ou florestas - nos lembrasse que:
“O direito à revolução é reconhecido por todos, isto é, o direito de negar lealdade e de oferecer resistência ao governo sempre que se tornem grandes e insuportáveis sua tirania e ineficiência.”
“Diante de um governo que prende qualquer homem injustamente, o único lugar digno para um homem justo é a prisão inevitavelmente.”
“Sai mais barato sofrer a penalidade pela desobediência do que obedecer.”
Basta um punhado de sal, não é?
ResponderExcluirImagino se ele andasse nas ruas hoje, se não ficaria confuso com tantas coisas para desobedecer.
Gostei do “Desejo imediatamente é um governo melhor, e não o fim do governo.”
Oi Lúcia, aqui é a sua eterna estagiária rsrsr Rebeca Gondim, adorei o blog (to seguindo,com o meu segundo nome Cristiny rsrsr)
ResponderExcluirQdo puder faz uma visitinha no meu!
Beijão ;)
www.meublogdasaudade.blogspot.com